Lula escolheu a capital do Paraná para encerrar sua campanha eleitoral pelo Sul disfarçada de “caravana”. E o seu local mais icônico, as escadarias da Reitoria da UFPR que se debruçam sobre a Praça Santos Andrade. O mais simbólico, pomposo e amplo espaço livre de Curitiba.
E este espaço estava vazio. Nem seus opositores estiveram lá – neste caso, não por livre e espontânea vontade, mas por ação da PM que bloqueou a passagem deles. E quem eram eles? Um grupelho de bolsonaristas, nada mais, dispostos a jogar ovos no o ex-presidente (que, convenhamos, os merece).
Era para ser a apoteose, e resultou num convescote de companheiros e companheiras, que mal preenchiam o espaço entre as escadarias da universidade e a praça.
O que havia lá: mil, duas mil pessoas? Que fossem três mil, sendo generoso com os petistas: um fiasco retumbante diante do homem que se faz passar pela “viva alma mais honesta deste país”, rótulo com o qual pretende reconquistar a presidência da República. Rótulo que tenta, sem conseguir, esconder o condenado por lavagem de dinheiro e corrupção e à espera de novas condenações que se fazia passar de vítima, mártir, coitadinho – e, para isso, fez lotar o palco de crianças e segurou uma delas no colo, numa versão canastrona do “Lulinha paz e amor”.
A Caravana do Criminoso Condenado (obrigado pela definição, Leonardo Henrique dos Santos) começou escorraçada pela população de Bagé, seguiu sendo admoestada pelos gaúchos, foi “ovacionada” – bombardeada com ovos – pelos catarinenses, continuou sob protestos e bloqueios de rodovias dos paranaenses e recebeu três tiros mais que suspeitos no território dominado pelos sem-terra entre Laranjeiras do Sul e Quedas do Iguaçu.
Lula, o mártir, esperava em Curitiba uma multidão para recepciona-lo, consolá-lo, animá-lo a continuar sua cruzada delirante de retomar a presidência. Foi recebido com desprezo, a mais letal manifestação de repúdio e vingança.